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Author: rupereta servindo sempre



Muitos cristãos não sabem que há muito tempo os céticos dizem que Nazaré jamais existiu durante a época em que o Novo Testamento diz que Jesus passou a infância ali.
Em um artigo intitulado "Onde Jesus nunca esteve", o ateu Frank Zindler observa que Nazaré não é mencionada no Antigo Testamento, nem pelo apóstolo Paulo, nem pelo Talmude (embora outras 63 cidades sejam mencionadas), nem por Josefo (que cita 45 cidades e aldeias da Galiléia, inclusive Jafa, que ficava apenas a pouco mais de um quilômetro da Nazaré atual). Nenhum historiador ou geógrafo da Antigüidade menciona Nazaré antes do início do século IV.[i] O nome aparece pela primeira vez na literatura judaica em um poema escrito por volta do século VII d.C.[ii]
A falta de provas dá margem a um quadro muito suspeito. Por isso, apresentei sem rodeios o problema a McRay:
— Existe alguma confirmação arqueológica de que Nazaré tenha existido durante o século I?
Essa questão não era novidade para McRay.
— O Dr. James Strange, da Universidade do Sul da Flórida, é especialista nessa área. Ele descreve Nazaré como um lugar muito pequeno, de cerca de 60 acres, com uma população de, no máximo, 480 pessoas no início do século I — disse McRay.
Essa, entretanto, era a conclusão; eu queria a prova.
— Como ele sabe disso? — perguntei.
— Bem, Strange observa que, no ano 70 d.C, data da queda de Jerusalém, não havia mais necessidade de sacerdotes no templo porque ele havia sido destruído; por isso, eles foram enviados para diversos lugares, inclusive para a Galiléia. Os arqueólogos encontraram uma lista em aramaico onde aparecem 24 "séries", ou famílias de sacerdotes remanejados, sendo que um deles consta como enviado a Nazaré. Isso mostra que aquela pequena aldeia já existia naquela época. Além disso, McRay disse que algumas escavações arqueológicas trouxeram à luz sepulturas do século I nas vizinhanças de Nazaré, o que definiria os limites da aldeia, uma vez que, de acordo com as leis judaicas, os sepultamentos tinham de se dar fora do perímetro das cidades. As tumbas continham objetos tais como lâmpadas de cerâmica, vasos de vidro e jarras que seriam dos séculos I, III ou IV. McRay pegou o exemplar de um livro do renomado arqueólogo Jack Finegan, publicado pela Princeton University Press. Folheou-o, depois leu a análise de Finegan: "Conclui-se, pelas sepulturas [...] que Nazaré era um povoado claramente estabelecido no período romano".[iii]
McRay olhou para mim.       
— Há muita discussão acerca da localização de alguns lugares do século I, tal como o local exato da sepultura de Jesus, mas os arqueólogos jamais duvidaram da localização de Nazaré. O ônus da prova cabe aos que duvidam de sua existência.
Fazia sentido. Até Ian Wilson, normalmente muito cético, reconheceu, ao citar vestígios pré-cristãos encontrados em 1955 sob a Igreja da Anunciação, na Nazaré atual, que "tais descobertas eram sinal de que Nazaré deveria existir na época de Jesus, mas sem dúvida devia tratar- se de um lugar muito pequeno e insignificante".[iv]
Tão insignificante que o comentário de Natanael em João 1.46 faz mais sentido agora: "Nazaré? Pode vir alguma coisa boa de lá?".

Entrevista feita por: Lee Strobel.
Entrevistado:
John McRay, Ph.D.
Trecho da entrevista obtido do livro: em Defesa de Cristo – um jornalista e ex-ateu investiga as provas da existência de Cristo.
Editora Vida – Academica.2001.



[i] Frank ZINDLER, Where Jesus never walked, American Atheist, Winter 1996-1997, p. 34.
[ii] Ian WILSON, Jesus: the evidence, 1984; reimpressão, San Francisco,Harper San Francisco, 1988, p. 67.
[iii] Jack FINEGAN, The Archaeology of the New Testament, Princeton, Princeton Univ. Press, 1992, p. 46.
[iv] WILSON, Jesus: the evidence, p. 67.

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